sexta-feira, 19 de março de 2010

Me dá um cigarrinho dos teus?

Termina a segunda semana e eu dei umas escapadinhas...
A merda é que isso é um vício desgraçado, difícil de largar mesmo. Em todo o lugar (parece que nessas horas a gente presta mais atenção) tem alguém com um cigarrinho e com aquela desnecessária expressão de satisfação no rosto. E se precisar, é só comprar em qualquer lugar.
Essa semana foi turbulenta (parece que parar de fumar atrai stress) e me aproveitei de eventuais "se me dão". Como alcóolatra, eu não evitei o primeiro gole, mas também não comprei a garrafa.
Lá vou eu para mais um fim de semana de desintoxicação. Até Segunda, sem cheiro de fumaça, de preferência.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Parando de fumar: A segunda semana

Ainda de mau humor... santa paciência!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Parando de fumar pela terceira vez

São 8:00 da manhã. Acordei com a garganta que era um nojo! Segunda feira e meu último cigarro foi na sexta. Sim, uma idéia brilhante deixar pra fazer isso num fim de semana. Mas foi no impulso mesmo.
Ironicamente escrevo isso ao som de Woman in Chains - Tears for Fears. Quem tem pelo menos a minha idade deve lembrar da trilha sonora dos comerciais do cigarro Hollywood, onde esportes radicais e fôlego de alpinistas combinavam com uma baforada prazeirosa ao final do dia. Buenas, vou passar o dia pensando nos meus motivos (que vão além daqueles clichês batidos e irritantes, que mais atrapalham do que ajudam). São 20:10h. Volto pra casa ao som de Australian Crawn e dou uma cheirada nos dedos pra lembrar daquele cigarro que fumava na saideira antes de pegar o ônibus. Claro que sei todas as implicações disso, mas o problema de todo vício é que o prazer é imediato. E isso é tentador. Vou deitar o banco e dar uma cochilada. Assim não penso bobagem.
Manhã de Terça Feira e acordei pigarreando como um condenado, tomei meu café e senti um gosto diferente. Até meu desodorante não parecia o mesmo. É o olfato voltando como o filho pródigo. E aproveitando o trocadilho bíblico, não vou ser hipócrita e nem sair atirando pedras em quem fuma, bem pelo contrário: quem fuma parece precisar se esconder e a discriminação dos fumantes se tornou algo consentido e amparado moralmente. Talvez daqui a 100 anos também tenhamos a cota para fumantes em universidades. Não sei porque mas não me sinto tão a vontade em ter largado (leia-se "estar tentando largar") o vício. Como se eu estivesse baixando a cabeça e deixando que me digam como viver a minha vida e covardemente estivesse dizendo "tá bom, vocês venceram!".
Todos falavam que "isso vai me matar", mas a pergunta que me intriga é: Mas que merda eles tem com isso?
E sempre tem um gênio que vem com aquela conversa mole de que isso vai matar e tal, que cigarro é pirulito de otário e outras pérolas igualmente fantásticas.
Me deixa impressionado a capacidade que algumas pessoas tem de apurrinhar os outros.
Na maioria das vezes sem motivo algum. Apenas pelo prazer de ser o politicamente correto. De certo são aquelas mesmas pessoas que dizem que é um abuso um policial dar uns tapas num vagabundo, mas se for com alguém dos seus, defende a pena de morte. Ou então consegue mobilizar alguns desocupados por causa de um cachorro atropelado, mas desvia da criança que está dormindo na marquise.
(Continua...)
Madrugada de Quarta feira:
A essa hora eu estava na sacada com o meu Lucky Strike branco e uma cerveja... Já fecho os olhos e imagino aquela tragada longa, puxando o ar pelo nariz até terminar de encher o pulmão, inclinar a cabeça para trás e soltar a fumaça devagarinho, com direito àquela fumacinha em círculos (que custei muito até conseguir fazer)... aquela fumaça que sai fininha, em tom azulado da ponta do cigarro dançando suave sobre os dedos. Fazia isso, pensando na vida e intercalando com um gole e outro daquela cervejinha gelada.
Garanto que aquele infeliz que dá um tapinha no ombro falando dos malefícios do cigarro não tem que passar por isso.
Vou tomar um banho pra ver se resolve...

Quarta Feira, 18:50h.
Não faz nem uma semana e já tá ficando foda. O pior não é a vontade e sim o hábito. A essa hora eu estava fumando na frente do prédio, olhando o movimento.
Mas ontem o que me chamou mais a atenção foi quando eu estava voltando pra casa passando pela Free Way, naquele trecho perto da ponte de Cachoeirinha. Olhei para o lado onde se vê aquelas terras de criação de gado do Irga (pelo menos acho que pertence a eles). Estava chovendo fraquinho e senti um cheiro de terra molhada. Mais especificamente cheiro de barro que vinha com o vento pela janela. Barro molhado... Eu nem me lembrava de como era sentir esse cheiro! Acho que as vantagens estão ficando cada vez mais claras.

Quinta Feira, 13:30h.
Tô de péssimo humor... 

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Ouvindo meus CDs...

... e essa me faz pensar.

"Hoje eu acordei mais cedo
Tomei sozinho o chimarrão
Procurei a noite na memória... procurei em vão
Hoje eu acordei mais leve (nem li o jornal)
Tudo deve estar suspenso... nada deve pesar
Já vivi tanta coisa, tenho tantas a viver
Tô no meio da estrada e nenhuma derrota vai me vencer
Hoje eu acordei livre: não devo nada a ninguém
Não há nada que me prenda

Ainda era noite, esperei o dia amanhecer
Como quem aquece a água sem deixar ferver
Hoje eu acordei, agora eu sei viver no escuro
Até que a chama se acenda
Verde... quente... erva... ventre... dentro... entranhas
Mate amargo noite adentro estrada estranha

Nunca me deram mole, não (melhor assim)
Não sou a fim de pactuar (sai pra lá)
Se pensam que tenho as mãos vazias e frias (melhor assim)
Se pensam que as minhas mãos estão presas (surpresa)

Mãos e coração, livres e quentes: chimarrão e leveza."

(Ilex Praguaiensis - Engenheiros do Hawaií)

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Espírito de Natal tupiniquim

Olha, não sou adepto do enlatado americano chamado “espírito natalino” mas certas coisas me chamam a atenção nessa época e que remeteu meu pensamento para nosso atual quadro político. Ao ver reportagens sobre alguns “papais noéis” que durante anos fazem a alegria de crianças que não conseguem nada mais do que promessas no fim de ano de outros papais nóeis que acreditam em outras de 4 em 4 anos.

Iniciativas como essas merecem aplausos, uma vez que a grande motivação ali seja mais altruísta do que a necessidade de se destacar na comunidade ou mesmo a intrínseca barganha com Deus de que se eu fizer aqui serei recompensado.
Eu já trabalhei com coisas assim, de ajudar quem tem menos ou simplesmente ceder o lugar para alguém num ônibus. E duvido quem não se sinta bem com isso. A natureza humana tem seu lado altruísta sim e acho que se dá pouco mérito pra isso.

Mas por outro lado, uma matéria no jornal desse Domingo também me chamou a atenção. “Violência no trânsito: isso tem que ter fim”. Olha, sinceramente... pura balela. Ou mesmo uma bela cara de pau de alguém que acha que está fazendo seu papel pela comunidade.
Eu até acredito que num futuro onde os carros sejam guiados por GPS e sensores de movimento, sem a intervenção humana, a tal “violência” tenha seu fim. É perceptível que as pessoas vão continuar se matando por vários motivos, seja inexperiência, tendência suicida ou síndrome de “isso não acontece comigo”. Afinal, há muitos carros e a progressão de acidentes é clara.

Lembro da infeliz idéia do desarmamento onde o slogan mais arrotado por ONGs, artistas e socialites bem escoltados por seguranças era “armas matam”, como se bandidos fossem no “Caça e Pesca” comprar sua 38.
Ora, eu na minha vã dúvida, oriunda do meu vil ceticismo digo o que muitos disseram: “Pessoas matam pessoas”. Se armas matam e carros também, vamos deixar o cidadão a pé. Porque é que pessoas matam no trânsito e armas matam simplesmente? Um peso e duas medidas.
Se fabricarem um carro que não ultrapasse 90Km por hora, por mais barato, não venderia. O mercado quer vender e as pessoas querem lucrar. Estão pouco se importando se tu ou eu perdeu um familiar num acidente.

Acha parcialidade da minha parte? Pois então pense sobre jogos caça níqueis e bingos. São jogos de azar. E a loteria federal não é? Só não é de azar para o governo, que já abocanha o imposto de renda na fonte. Mais uma conveniência governamental.
Também não acho que estejam preocupados com os velhinhos que gastam sua aposentadoria (quando conseguem receber, mesmo tendo trabalhado a vida inteira) num bingo e nem com as pessoas que morrem nas estradas. Desde que a gente pague o IPVA, esqueça de acionar o seguro obrigatório e pague concessionárias de pedágio parece que está tudo bem.

Agora, o que acho mais cruel é a forma como é encarada o voto.
Usando o mesmo raciocínio lógico... com toda a manipulação, jogo de interesse e falcatruas explícitas no congresso nacional, estados e municípios, acham sinceramente que o voto é algo imaculado, livre da corrupção e manipulação? (Alguém lembra de narizes torcidos na vitória do Bush nos EUA)
Ou seria algo para dizer que a culpa é do povo por não saber votar direito (obrigatoriamente, devo acrescentar)?

Buenas, teorias de conspiração à parte ainda aposto na bondade humana. Parece piegas, mas é verdade. Aquela pessoa que doa parte do seu tempo para fazer algo que nossos representantes deveriam providenciar ainda me faz acreditar nas pessoas. Enquanto Brasília é a ilha da Fantasia, onde todos os sonhos se tornam realidade (desde que seja eleito, é claro) nós, meros mortais sujeitos às regras da ilha no que diz respeito a deveres e alguns direitos, encaramos de forma passiva e num irônico espírito de Natal, assumimos obrigações alheias ao darmos àqueles que nada tem, consentimos ingenuamente com farsas políticas e econômicas e bancamos nesse Natal banquetes majestosos para anões.

Talvez eu mesmo esteja sendo ingênuo ao achar bonito filas de pobres miseráveis pedindo algo pra comer nesse Natal, consentindo com a incompetência dos nossos governantes. Mas abdicarmos do nosso tempo e dinheiro para ajudar os outros é prova de que realmente não merecemos o governo que temos, e discordo do filósofo francês Joseph De Maistre quando disse que cada povo tem o governo que merece.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Começando os trabalhos...


Comecei o dia ao som de Luiz Marenco e César Oliveira e fui esquentar a água pro mate enquanto deixo o note fazer upload de alguns arquivos...


Com certeza dá pra conciliar o novo com o que é de costume.